26 de out. de 2010

1º Encontro de Comunicação Comunitária e Alternativa de Natal

UFRN será sede do 1º Encontro de Comunicação Comunitária e Alternativa de Natal

No próximo dia 11 de novembro acontecerá, no auditório do Laboratório de Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, o 1º Encontro de Comunicação Comunitária e Alternativa da Região Metropolitana de Natal, evento promovido pelo grupo de pesquisa Pragma, do Departamento de Comunicação da entidade.

Na ocasião haverá uma palestra do Prof. Dr. Bruno Fuser, da Universidade Federal de Juiz de Fora, cujo tema será "Comunicação comunitária, alternativa e cidadã em tempos de convergência digital", além de apresentações orais de protagonistas de projetos de comunicação comunitária e alternativa de Natal e da Região Metropolitada e apresentações culturais. As inscrições são gratuitas e serão feitas via blog até o dia 09 de novembro. Os participantes receberão certificados de participação.

Mais informações:www.convergenciacomunitaria.wordpress.com - (Acessar aba "I Encontro de Comunicação Comunitária e Alternativa de Natal")

convergecom.pesquisa@gmail.com
84 3215-3561

Abertura do processo de compras para material bibliográfico

GPP,

A melhoria da qualidade do ensino também depende da nossa participação e envolvimento, a BCZM está em processo de compra de livros para o primeiro semestre de 2011.

Não deixem para amanhã, peçam hoje mesmo os livros que vocês precisam e não encontram na biblioteca. Peçam também os livros que existem na biblioteca mas há em pouca quantidade. Mais do que xerox, é preciso garantir o acesso de todos a obras colmpletas e isso só conseguimos com uma boa biblioteca.

SIGAA: Abertura do processo de compras para material bibliográfico

Comunicamos aos docentes e discentes da UFRN que o Sistema SIGAA está aberto para receber as solicitações de material bibliográfico para o período de compras referente ao primeiro semestre de 2011. O novo período de solicitação será de 15 de outubro a 30 de novembro, portanto 45 dias para que alunos e professores possam informar os títulos das publicações que darão suporte as disciplinas ministradas e pesquisas desenvolvidas. Ressaltamos a necessidade de que estas solicitações sejam feitas com informações precisas sobre as publicações para que o processo tenha maior celeridade de fluxo e as obras possam ser adquiridas. Maiores informações: BCZM – Setor de Compras – Ramal 3855 ou pelo e-mail: aquis@bczm.ufrn.br.

Fonte: CASS/UFRN; SIGAA.

20 de out. de 2010


"O pior analfabeto
É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político
é tão burro que se orgulha
e estufa o peito dizendo
que odeia a política.
Não sabe o imbecil que
da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista,
pilantra, corrupto e o lacaio
das empresas nacionais e multinacionais."

"Desconfiai do mais trivial,
na aparência singelo.
E examinai, sobretudo,
o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito
como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada,
de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural,
nada deve parecer impossível de mudar."

Berthold Brecht

19 de out. de 2010

I° Amistoso de Futsal GPP



UFRN realiza Mostra de Profissões com palestras e tour pelo Campus

Promovida, anualmente, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, a Mostra de Profissões ocorrerá de 20 a 22 de outubro, no Centro de Tecnologia, setor de aulas IV, no Campus Universitário. Serão feitas palestras interativas com alunos do ensino médio, tour pelo Campus, visitas guiadas ao Museu de Morfologia, ao Laboratório de Geologia e à Biblioteca Central Zila Mamede. Representantes da Comissão Permanente do Vestibular (Comperve) também estarão presentes para um plantão. Essa é uma boa oportunidade para os vestibulandos e os interessados em conhecer os 76 cursos de graduação da Universidade e as possibilidades que eles podem oferecer.

Os horários das palestras serão das 8h às 11h, das 14h às 17h e das 19h às 21h. O tour terá saída às 9h, 10h, 15h e 16h. As visitas guiadas à Biblioteca e ao Laboratório de Geologia serão às 9h e às 15h e ao Museu de Morfologia às 10h e às 16h.

A programação completa das palestras pode ser conferida através do site

17 de out. de 2010

III Assembléia Geral GPP - CAGPP

Debate: "20 anos do ECA: entre a lei e a realidade"


No dia 19/10, às 18:30h, no auditório do NEPSA, ao lado do Setor 5, o Programa de Extensão Lições de Cidadania, através de Projeto "Educação em Direitos Humanos Popular Infantil" promoverá uma mesa redonda sobre o tema "20 anos do ECA: entre a lei e a realidade".

A inscrição é gratuita e será feita no local, pouco antes do início dos debates. Todos os participantes rebecerão certificado.

Palestrantes: Marconi Antas Falcone de Melo (Promotor da Vara da Infância e Juventude), Ilana Lemos de Paiva (Psicóloga- Observatório da Infância e Juventude/ UFRN), Mariana de Siqueira (Orientadora do Projeto EDHUPIN e professora da disciplina Direito da Criança e do Adolescente- UFRN), Maria Alaíde de Oliveira - Assistente Social do CEDECA - Casa Renascer, e Ângela Gertrudes de Lima Souza Küng (Psicóloga do CEDECA - Casa Renascer).



12 de out. de 2010

Um dia das crianças diferente em Pernambuco...

O Diario de Pernambuco caiu em campo e foi ouvir uma garotada bem diferente para saber o que ela queria que viesse embrulhado neste 12 de outubro...

Terça-feira é Dia das Crianças. E você já pensou em fazer um pedido diferente? Êpa, claro que você já deve ter feito um pedido ao seu pai ou a sua mãe de um brinquedo, uma roupa, um livro novo. Mas a ideia do Diarinho é bem diferente. Que tal se, além do seu presente "verdadeiro", você pudesse escolher um presente do seu prefeito, daquele que é o responsável direto pela sua cidade, pelo seu bairro.

Afinal, você bem que iria gostar se a sua cidade tivesse mais parquinhos cheios de brinquedos novos para poder se divertir com todos os seus amiguinhos, não é? Aliás, o Parque da Jaqueira foi citado por todas elas. E se a praia fosse mais limpa sem plásticos, latas e lixo no chão e na água? Para saber o desejo delas, a nossa equipe caiu em campo e a criançada topou. Ouvimos pedidos bem interessantes. A maioria queria de presente neste 12 de outubro mais segurança, mais áreas livres para brincar, casas para as crianças mais pobres que moram nas ruas, mais esportes, um trânsito mais organizado e até uma brinquedoteca.

Buracos fechadinhos


Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Paula Gama, de 10 anos, já levou muitas quedas de bicicleta por causa dos buracos nas ruas. "A maioria das ruas que eu conheço em Jardim Atlântico, em Olinda, não é calçada, causando muitos problemas no trânsito", afirma Paula. O presente ideal para Paula seria asfaltar todas as ruas. A brincadeira seria muito mais legal porque ela poderia usar os patins, patinete, skate e a bicicleta para se divertir junto com os amiguinhos e o melhor, sem se machucar.

Brinquedos de aluguel


Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Lucas Passos de Siqueira, de 11 anos, mora em Boa Viagem e estuda no 6º ano D, no Colégio Boa Viagem. Ele adora brincar com os amiguinhos de esconde-esconde, pega-pega, basquete e futebol. Lucas fez um pedido genial para o Dia das Crianças: construir no bairro uma brinquedoteca. "As crianças fariam cadastros e iam até lá escolher um brinquedo. Só podia alugar um por vez e não pagaria nada. Mas, todas as crianças iam ter que cuidar direito do brinquedo, senão elas iriam dar um novinho no lugar", explica a ideia.

Praia sem sujeira


Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Victória Karolina Silva e Silva, de 10 anos, estuda no 5º ano B no Colégio Santa Emília, em Olinda. Ela mora no Janga, em Paulista, bem pertinho da praia e todos os dias vê a praia supersuja com latinhas, plásticos e papéis. "A prefeitura faz a limpeza e as pessoas não conservam", explica a pequena. Como presente no Dia das Crianças, ela gostaria de ver a praia limpa e ainda sonha com recreadores infantis na orla, nos finais de semana, para fazer a alegria da criançada. "Assim teríamos nosso espaço para brincar, porque a areia fica tomada de vendedores, sobrando pouco espaço para construírmos nossos castelos na areia", desabafa.

Mais ônibus, mais guardas


Foto: Ines Campelo/DP/D.A Press

Para ir até a escola e voltar para casa, o pequeno Thiago Augusto Hirata, de 9 anos, passa muito tempo no trânsito porque todos os dias tem muitos carros na rua e poucos guardas de trânsito para organizar o tráfego dos carros, motos, bicicletas e pedestres. Ufa! É uma loucura. "É muita desorganização aqui em Candeias", explica o garoto, que é aluno da 4º série do Colégio Souza Leão, de Candeias. Para Thiago, o melhor presente neste Dia das Crianças seria ter um trânsito melhor. Ele acredita que para resolver o problema deve ter mais ônibus nas ruas, assim vai diminuir a quantidade enorme de carros no trânsito e também ter mais guardas para fiscalizar os motoristas.

Casa para os pobres


Foto: Cecilia de Sa Pereira/DP/D.A Press

Márcio de Alcântara Rosindo Filho, de 5 anos, estuda no Colégio Maria Auxiliadora. Ele está na pré-alfa e todos os dias quando vai para a escola com a mãe se preocupa muito com a quantidade de crianças pobres que pede esmolas no sinal e não têm casa e nem escola para estudar. Todas as noites ele pede para Papai do Céu cuidar dessas crianças pobres. No Dia das Crianças ele gostaria muito de ganhar do prefeito mais cuidado com as pessoas pobres. "Eu queria que todas tivessem uma casa para morar, comida, roupas, sapatos e trabalho. E que tivessem brinquedos e escola".

Médicos para todos


Foto: Ines Campelo/DP/D.A Press

Thaís Pontes tem 12 anos e estuda no 6º ano do Colégio Souza Leão, em Candeias. Ela contou que um dia ela e a família foram em mais de três hospitais até encontrar uma pediatra, que é a médica que cuida das crianças, para atender a sua afilhada que tinha caído e se machucado. Thaís ficou muito preocupada e por isso diz que gostaria que todos os hospitais tivessem médicos prontos para ajudar em qualquer situação. "Eu acho que tem que ter mais médicos e mais escolas para formar esses profissionais", pede Thaís.

Ruas sem medo


Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Brenda Magna de Albuquerque Gadelha, de 10 anos, mora no bairro de Boa Viagem e estuda na 4º série do Colégio Atual. Ela não brinca na rua de casa porque tem medo da violência no bairro. "A minha irmã já foi até assaltada perto de casa", conta ela. Como presente no Dia das Crianças, ela queria ver mais policiais na rua para proteger os moradores.

Parques e praças


Foto: Blenda Souto Maior/Esp. DP/D.A Press

Cleybson Jorge Andrade de Souza tem 11 anos e, como toda criança, ele adora brincar. Mas no bairro que ele mora, no Areeiro, em Camaragibe, não tem nenhuma pracinha para ele e os amiguinhos se divertirem, como o Recife tem o Parque da Jaqueira. Então, ele brinca na rua de casa. O chato é que quando aparece carro a brincadeira tem que parar. "Eu queria de presente um espaço para brincar com os meus amigos. E também que na minha escola (Estadual Nossa Senhora das Dores) tivesse uma quadra para fazermos aula de educação física", sugere o garoto.

Bichinhos vizinhos


Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Júlia Gomes de Carvalho Mendes Bourbon de Oliveira tem 6 anos e é aluna do 1º ano B do Colégio Exponente. Ela mora no bairro dos Aflitos, bem pertinho do estádio do time dela de coração, o Náutico. Júlia adora animais e queria que perto da sua casa tivesse um zoológico, pois o único da cidade fica muito longe da casa dela. "Eu queria que tivesse todos os bichinhos no zoológico, menos cobras. Ah, eu também queria uma jaguatirica porque ela está ameaçada de extinção", conta a pequena.

Escolas verdadeiras


Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Cada criança é diferente. Juliana Baraúna também. Ela tem 12 anos e estuda em casa com a professora Edilene Nascimento. Juliana tem Síndrome de Down. Ela adora estudar e fazer as atividades na Associação Novo Rumo, que fica em Casa Amarela. Lá, Juliana brinca muito com os amiguinhos, participa das aulas de capoeira e da terapia com os cães Bono e Cida. "Eu queria que existissem mais lugares como este para as crianças com Síndrome de Down", diz Juliana.


E você pediria o que ao seu
prefeito neste Dia das Crianças?
fonte: Diario de Pernambuco

11 de out. de 2010

Calendário de Reuniões CAGPP


  • 14/10 (quinta-feira) - 18.00 h - Setor II, Bloco I, Sala 7
  • 22/10 (sexta-feira) - 15.00 h - Sala do C.A.
  • 29/10 (sexta-feira) - 15.00 h - Sala do C.A.
  • 05/10 (sexta-feira) - 15.00 h - Sala do C.A.
  • 19/11 (sexta-feira) - 15.00 h - Sala do C.A.
  • 26/11 (sexta-feira) - 15.00 h - Sala do C.A.
* A sala do C.A fica localizada em frente a xerox do setor de aulas II da UFRN.


CEB!!

Você está indignado com o serviço de Xerox na UFRN? Não agüenta mais ficar em fila? Já precisou várias vezes de material que não teve como copiar? Quer um serviço mais barato e de qualidade? Seus problemas ainda não acabaram, mas podem acabar!

CEB - 14/10 - na Sede do DCE - para discutir a Xerox na UFRN


Vamos à luta por uma Xerox de preço mais acessível e de qualidade!

5 de out. de 2010

Aniversário da Constituição: 22 anos de sonhos e esperanças

Brasília, noite de 5 de outubro de 1988. Quando o deputado Ulisses Guimarães ergueu o braço exibindo o exemplar da nova Constituição que acabara de ser aprovada, nascia uma nova era de sonhos e esperanças para o povo brasileiro.

Deixava-se para trás os “anos de chumbo”, duas décadas sem eleições diretas, sem que o povo pudesse escolher o presidente da República, cuja escolha direta só veio no ano seguinte, com a eleição de Collor em dois turnos, depois de 25 anos de governos impostos pela força.

Iniciava-se uma nova fase, com o estabelecimento de uma democracia no País, regime ao qual o Brasil vai aos poucos se habituando, pois fora exercido anteriormente apenas em períodos espaçados.

Democracia significa governo do povo. Daí a norma que assegura, no texto constitucional (artigo 1º parágrafo único) que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”

Uma Constituição destina-se a estabelecer a forma de governo, organizar os seus poderes, ditar as regras básicas da sociedade, fixar garantias aos direitos e definir com clareza os deveres dos cidadãos.

Uma das críticas que a atual Constituição recebe é ser muito específica, por agasalhar normas e minúcias que em outros países são assuntos tratados apenas na legislação comum, as chamadas “leis ordinárias”. Mas num país como o nosso, em que a tradição democrática ainda está sendo construída, isso é natural. Todos sabem das dificuldades de se aprovar uma lei e das facilidades em alterá-la ou revogá-la, o que faz com que normas que poderiam ficar restritas ao nível das leis ordinárias acabem se integrando ao texto constitucional, para lhes conferir maior relevância e garantir um cumprimento mais eficaz. Outra crítica injusta como veremos a seguir, aponta ser excessivo o número de seus 250 artigos e 95 disposições transitórias.

A sétima carta — Desde que o Brasil se tornou independente teve sete constituições, inclusive a atual, mas apenas duas verdadeiramente democráticas, ou seja, elaboradas por uma assembléia constituinte eleita diretamente pelo povo em eleições livres: a de 1988 e a de 1946.

A primeira, datada de 25 de março de 1824 (por isso o nome da conhecida rua do comércio paulistano) foi aprovada pelo imperador Pedro I e compunha-se de 179 artigos. Não se tratava de uma democracia no sentido amplo, pois o poder era do imperador, embora se estabelecesse que “nenhum cidadão pode ser obrigado a fazer alguma coisa senão em virtude de lei”, norma que, com ligeiras alterações, ainda vigora hoje. Nessa Constituição o Brasil tinha uma religião oficial, a Católica Apostólica Romana e outras eram admitidas mas apenas para culto em residências, não se admitindo templos.

Com a proclamação da República tivemos a nossa segunda Constituição, promulgada em 24 de fevereiro de 1891, esta já afastando a religião oficial, tornando o Brasil um país laico e seu texto era relativamente enxuto: apenas 91 artigos e mais 8 disposições transitórias. Foi a mais duradoura até agora: 43 anos.

Com os diversos movimentos políticos que tomaram corpo no início do século vinte e especialmente com as idéias libertárias introduzidas no país por imigrantes vindos da Europa, dentre os quais os anarquistas e socialistas, a classe média brasileira passou a reclamar por reformas nas áreas econômicas e sociais. Contrapondo-se a esses movimentos, havia setores da classe média, proprietários rurais especialmente, que eram refratários àquelas reformas, temerosos por possíveis perdas de poder.

Dentro desse contexto, surgem diversos movimentos , o mais expressivo deles em São Paulo, que resultou em conflitos armados em 1932, (Revolução Constitucionalista) reclamando por uma nova ordem constitucional que limitasse o poder do governo Getúlio Vargas, ditador imposto em 1930 pelo chamado “governo provisório” e que acabou eleito de forma indireta quando foi afinal promulgada, em 16 de julho de 1934, a nossa terceira constituição.

Essa constituição, de 1934, já tinha mais que o dobro de artigos constantes na anterior (de 1891): passou a ter 187 artigos e mais 26 normas transitórias. Era uma espécie de “carta de privilégios”, onde o ditador Getúlio concordava com uma ordem constitucional, desde que ele a controlasse. Como uma espécie de “brinde” a alguns de seus apoiadores ou para manter calados eventuais inimigos, essa CF concede imunidade tributária a jornalistas, escritores e professores, numa óbvia infração ao princípio da igualdade, que também reconhecia. Não era um texto para durar.

Nossa quarta Constituição surge pouco depois, no golpe de estado de 10 de novembro de 1937, também contendo 187 artigos, trazendo nítidos contornos ditatoriais, admitindo a pena de morte (artigo 122) e em seu penúltimo artigo afirma: “É declarado em todo o País o Estado de Emergência”. O caudilho gaúcho transforma-se simplesmente num ditador, através de Constituição que não prevê sequer o cargo de vice-presidente.

No preâmbulo dessa Constituição, o ditador explica os fundamentos ideológicos do golpe, que afirma necessário para atender “... ao estado de apreensão criado no País pela infiltração comunista, que se torna dia a dia mais extensa e mais profunda, exigindo remédios, de caráter radical e permanente”.

Nesse contexto é que se insere o artigo 122 ao prever a pena de morte para crimes relacionados com a soberania nacional ou “a mudança da ordem política ou social estabelecida na Constituição” se isso for com auxílio de “organização internacional” ou ainda “tentar subverter por meios violentos a ordem política e social, com o fim de apoderar-se do Estado para o estabelecimento da ditadura de uma classe social;”

Também era punível com a pena de morte o homicídio cometido por motivo fútil e com extremos de perversidade.

Foi sob as normas da Constituição de 1937 que se fizeram inúmeras mudanças na estrutura do estado brasileiro, quase todas através de decretos-leis. E pior: a polícia política cometia inúmeros crimes, os tais “remédios, de caráter radical e permanente” os mais comuns deles sendo as prisões irregulares, a suspensão dos direitos civis e políticos, as torturas, etc.

No campo social e trabalhista o governo ditatorial de Getúlio implementou normas para a garantia de direitos sociais, instituindo a previdência social, a Consolidação das Leis do Trabalho, os sindicatos, etc., com o que a propaganda oficial o anunciava como o “pai dos pobres”.

A sucessão de abusos, especialmente em relação à perseguição política e ao absoluto desrespeito aos direitos humanos, fez com que Getúlio fosse deposto em 29 de outubro de 1945, substituído por José Linhares, então presidente do Supremo Tribunal Federal, que exerceu a Presidência por convocação das Forças Armadas.

Para termos uma idéia aproximada do que se fazia no Brasil à época, basta mencionar que o tratamento dado a dois presos políticos, os comunistas Harry Berger e Luiz Carlos Prestes, fez com que o advogado Sobral Pinto pedisse ajuda à União Internacional de Proteção aos Animais (Uipa) para fazer cessar as torturas a que estavam sendo submetidos. O pedido teve repercussão internacional, com o que as torturas cessaram.

A nossa quinta constituição foi promulgada em 19 de setembro de 1946, através da Assembléia Nacional Constituinte, da qual participaram todos os partidos então existentes, bem como os políticos cujos direitos haviam sido suspensos e que foram anistiados. Eram 218 artigos e 36 disposições transitórias que vigoraram durante pouco mais de 20 anos.

Essa Constituição decorreu do afastamento de Getúlio em 1945 mesmo ano em que, por eleição direta e com pouco mais de 3 milhões de votos, foi eleito o general Eurico Gaspar Dutra, que exerceu o mandato por cinco anos, até 31de janeiro de 1951, quando foi sucedido por Getúlio, cujo passado de ditador não impediu sua eleição por votos diretos com quase 4 milhões de votos, exercendo seu mandato até suicidar-se em 24 de agosto de 1954.

Em 24 de janeiro de 1967 foi promulgada pelo Congresso Nacional a nossa sexta Constituição, composta de 189 artigos, a mais curta de nossa história, pois vigorou somente por 2 anos, 8 meses e 23 dias, substituída que foi pela Emenda Constitucional 1, imposta pela junta militar que desde 31 de março de 1964 tomara o poder e se auto-concedeu poderes de emendar a Carta Magna. Essa emenda tinha 217 artigos.

Embora muitas pessoas entendam que essa “emenda” deva ser considerada como uma sétima Constituição, os estudiosos do direito não a consideram como tal, já que legitimada apenas pela força. Pelo artigo 181, a emenda resolve excluir “de apreciação judicial os atos praticados pelo Comando Supremo da Revolução” e o seu parágrafo único dá poderes absolutos ao Presidente da República – “eleito” de forma indireta por um Congresso manietado, em período em que havia censura prévia nas comunicações.

Somente em 5 de outubro de 1988, ou seja, mais de 21 anos após a sexta, é que tivemos realmente a sétima Constituição, que vigora até hoje.

Com 250 artigos e 95 disposições transitórias a atual Constituição já sofreu 62 emendas, incluídas as 6 emendas da revisão constitucional de 1994.

Como vimos pela análise das anteriores, não nos apresenta como exagerado esse número de artigos, que tem sido criticado. Ao que parece, alguns desses críticos preocupam-se em demasia com a quantidade e pouco com a qualidade do texto.

A Constituição de 1946, considerada por todos como a única democrática dentre as anteriores, possuía 218 artigos e 36 disposições transitórias. Somando tudo, 254 normas, ante as 345 das atuais, ou seja, cerca de 35% a mais.

Não há, contudo, como estabelecer comparações entre o momento histórico em que vivíamos em 1946, logo após a Segunda Guerra Mundial, com o de 1988.

As mudanças sociais, econômicas e políticas que ocorreram nesse espaço de mais de duas décadas transformaram o mundo. Não nos parece necessário mencioná-las.

Cresceu o texto constitucional e surgiram emendas em decorrência do dinamismo da sociedade brasileira, das necessidades cada vez mais freqüentes de novas definições normativas, da imperiosa obrigação de tentar adaptar o país à nova ordem mundial imposta pela globalização da economia, etc.

As comparações entre a nossa Constituição e a de outros países são inúteis, pois o texto constitucional deve obedecer à vontade do povo, manifestada pelos seus representantes. Se eventualmente alguns dos constituintes de 88 fizeram inserir alguma bobagem no texto, é bom lembrar que eles não foram extra-terrestres, mas sim pessoas que o povo elegeu. Cada povo tem o representante que merece, especialmente quando pode escolher pelo voto.

A Constituição da Alemanha, por exemplo, tem 146 artigos e mais 52 emendas, enquanto a da França tem apenas 89 artigos. Isso nada tem a ver com o nível cultural ou econômico de um ou de outro desses países, considerados democráticos e pertencentes ao chamado “primeiro mundo”.

A França é melhor do que a Alemanha porque sua Constituição tem um número menor de artigos? Essa pergunta não faz sentido e não merece resposta, seja num contexto histórico ou político. Há quem diga apenas que os alemães são naturalmente prolixos!

O que nos interessa apenas é saber se temos uma Constituição que nos ajuda ou nos atrapalha. O resto é resto.

Embora para muitos brasileiros criticar nossa Constituição e nossas leis seja quase um esporte, a ponto de imaginarem que mudar uma ou outras seja a panacéia de todos os nossos males, a verdade é que no momento temos uma Constituição adequada à nossa sociedade. E o que é isso?

Como dissemos no início, a “Constituição destina-se a estabelecer a forma de governo, organizar os seus poderes, ditar as regras básicas da sociedade, fixar garantias aos direitos e definir com clareza os deveres dos cidadãos.” Em última essência, a Constituição serve para regular o país, estabelecendo normas para a consecução do bem comum, o que se viabiliza com o atendimento das necessidades sociais que, em apertada síntese, significam: viver num país justo.

Chama a atenção o fato de que nas constituições anteriores o capítulo destinado aos direitos dos cidadãos vinha sempre na parte final do texto, como se isso já indicasse ser matéria menos importante.

Na Constituição de 1967 tais direitos estavam a partir do artigo 140; na de 1946 só a partir do artigo 141; na Constituição de 1937 só a partir do artigo 122; na de 1934 só a partir do artigo 113; encontrando-se no artigo 72 e seguintes na Constituição de 1891 (a primeira da República), enquanto na Constituição de 1824 tais direitos só eram mencionados no artigo 179, aliás o último.

Esse posicionamento dos direitos individuais dos cidadãos parece ser emblemático, pois quanto menos importância se lhes deu o constituinte, mais para o fim dos textos constitucionais foi sendo relegado. Não se aplica aqui, a idéia de que se deixa o “mais importante” para o fim. Pelo contrário: primeiro se procurava tratar do que se reputava como mais relevante: o Estado, o poder, as finanças. Direitos do cidadão? Isso ficava para o fim, para quando não se tinha mais nada a tratar.

Política

Na organização política, por exemplo, vemos que o Título IV, ao tratar dos poderes constituídos, coloca em primeiro lugar o Legislativo, como corolário de que, representando o povo, é ele que dá legitimidade aos demais, que pode criar obrigações ao instituir as leis. Afinal, é este o Poder que pode reformar a Constituição.

Numa análise menos aprofundada, pode parecer que o Legislativo é um organismo mal estruturado, sujeito mesmo ao cometimento das maiores barbaridades, inclusive em desvios de conduta, tais como corrupção, nepotismo, etc. Mas, é bom lembrar que pela enorme quantidade de seus membros (vereadores, deputados estaduais e federais e senadores) em todo o país, as possibilidades da existência daqueles desvios são maiores.

O Poder Executivo vem em segundo lugar porque, como o próprio nome sugere, cabe-lhe “executar” o que o Legislativo, como representante do povo (de quem todo o poder emana), ordena através das leis.

E ganha relevância o Judiciário que, como o 3º Poder, com a finalidade de resolver os conflitos sociais, de apurar se a vontade do Povo está sendo corretamente cumprida. Coloca-se depois, mas não é o menos importante.

Afinal, cabe-lhe zelar para que, como se assinala no preâmbulo da Constituição que o nosso Estado Democrático é destinado a assegurar liberdade, segurança, bem-estar e justiça, tudo como “valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos...

Ora, depois de mais de 20 anos de ditadura — os tais “anos de chumbo” — onde os abusos de toda ordem eram generalizados, quando muitas vezes o que predominava era apenas o poder da força, inclusive econômica, era mais que natural que a sociedade, abertas as portas para que saciasse suja sede de “liberdade, segurança, bem-estar e justiça”, procurasse fazer valer aqueles direitos todos que foram colocados em primeiro plano pela Constituição.

Com isso, multiplicaram-se os conflitos que durante tantos anos a repressão conseguiu segurar. Consumidores já quase habituados à exploração dos monopólios, das reservas de mercado, etc., agora amparados por um Código que os protege e defende, correram ao Poder Judiciário para obter a esperada justiça que lhe prometeu o texto da Lei Maior.

Ofensas à honra ou à moral, já não se toleravam mais, com a consciência do cidadão de seu direito de receber por elas adequada indenização.

Claro que o surgimento desses novos conflitos ou a possibilidade de serem resolvidos, tornou insuficiente a estrutura judiciária que para isso não estava preparada. Os tribunais se abarrotaram e ocorreram abusos, pois sempre no mundo todo existem pessoas de má fé, mas aos poucos tais questões vão sendo pacificadas.

Direitos individuais que eram sistematicamente ignorados, passaram a ser exigidos, aqui incluídos os das minorias e dos menos favorecidos.

Num país tão heterogêneo, com tanta miscigenação, com tantas culturas se inter-relacionando, estando há tão pouco tempo experimentando a Democracia, é natural que haja setores que se sintam prejudicados com as novas regras estabelecidas pelo texto da Constituição que agora comemora seu 22º aniversário. Em qualquer lugar, em qualquer tempo, os privilegiados não abrem mão do poder sem luta. A diferença é que essa luta hoje se faz com menor desigualdade. Mesmo o mais fraco cidadão acaba um dia percebendo que tem direitos e tentará usufruí-los.

Na Constituição de 88 há um capítulo especial para a educação e cultura (artigos 205 e seguintes) e outro para a Comunicação Social (artigos 220 a 224) e isso não acontece por acaso. Nenhuma das constituições anteriores se ocupou de forma tão minuciosa com tais assuntos, o que demonstra que o constituinte tinha plena consciência de que nenhum dos objetivos básicos da sociedade brasileira pode ser alcançado sem que tais valores estejam preservados.

Já se sabe que a grande revolução do século 21 é a da comunicação, agora sem qualquer limite físico para ser exercida. Se jornais e revistas podem ser censurados ou fechados, se emissoras podem ter seus transmissores lacrados ou apreendidos, hoje não há meios eficazes de impedir a propagação de idéias ou a divulgação de fatos. Como censurar a Internet?

A comunicação social é, sem dúvida, um “direito de ordem pública”. Como qualquer direito, deve ser exercido com observância de algumas regras, mesmo que não escritas, sob pena de transformarmos o direito em ameaça ou instrumento de escravidão.

Ainda que lentamente, a educação vem sendo democratizada e já não é apenas um sonho para a grande maioria da população. A cultura vem sendo popularizada e a comunicação se torna mais acessível. Isso está transformando o Brasil.

O 22º aniversário de nossa Constituição merece ser comemorado. Ela já fez história e ainda vai fazer mais. Não são apenas mais 22 anos. São 22 anos de sonhos e esperanças!

Por Raul Haidar